
Quer ser universal? Canta a tua aldeia…
Leon Tolstói
Num mundo globalizado, por incrível que pareça, as mudanças que importam se darão, cada vez mais, no espaço local, apreendido na experiência perceptiva do território, o elemento que dá unidade a ação dos sujeito sociais.
Território expandido que se projeta para além do território politico e precede o território econômico, estabelecendo-se não como um “ter” e sim como um “estar no mundo”.
Aos operadores culturais locais cabe a responsabilidade e a tarefa de construir permanentemente uma identidade que nunca será completada e que será sempre um processo – contínua mutação – estimulando diálogos e debates, reforçando laços e potencializando forças, construindo redes e conexões, numa complexa trama de sociabilidade que proponha um constante reinventar da cidade. Uma Cidade que seja reinventada a partir do seu bairro, da sua rua, da sua casa, do seu território mental.
Quer mudar o mundo? Comece mudando a sua cabeça. Pense sobre o seu lugar no mundo. Olhe em volta e perceba que a existência humana é uma experiência local.
Lançar as bases de um Território como um lugar de referência, não a partir do que lhe falta, mas a partir do que ele tem.
E, nesse contexto, é fundamental o mapeamento do capital cultural local, tudo aquilo que produz bens simbólicos: quantas rezadeiras existem no seu bairro? Quantas pessoas sabem contar bem uma história? Quem sabe consertar um brinquedo infantil?
Nesta aventura exploratória, que é parte do processo constante de reinvenção da cidade, aproveite para re-conhecer e re-combinar relações: será que o consertador de brinquedos não pode construir instrumentos musicais?
Para quem não sabe para onde vai todos os ventos são ruins. Planejar e desenhar o seu caminho é fundamental para o seu projeto de futuro. Quem não se organiza está sempre à reboque dos acontecimentos.
No contato com as instâncias executivas é importante saber quais são os canais democráticos e como se estabelece o diálogo autorizado. É fundamental conhecer as Leis Municipais, os Decretos, os Editais, e quais os seus interlocutores no campo legislativo, executivo e judiciário.
Só organizadamente se conquistam direitos. É importante formalizar-se. Os operadores culturais de Duque de Caxias necessitam legalizar suas atividades para ter voz ativa nas reivindicações da cidade e consolidar com suas propostas as políticas públicas do município.
A Cultura em Duque de Caxias (Todo Mundo é Cultura!) pode caminhar para a construção de uma grande Rede, de formato horizontal, que integre sistemas que podem e devem ser compartilhados, produzindo e aperfeiçoando a democracia.